Skip to main content

O que é a Carta de Leipzig sobre as Cidades Europeias Sustentáveis?

Carta de Leipzig sobre as Cidades Europeias Sustentáveis

Sumário

– Origem da Carta de Leipzig

– Revisão da Carta de Leipzig

– Principais Pontos da Nova Carta de Leipzig sobre as Cidades Europeias Sustentáveis

Origem da Carta de Leipzig

Em 2007, durante a presidência alemã do Conselho da União Europeia (UE), e a partir do acordo assinado pelos ministros responsáveis pelas políticas de desenvolvimento urbano dos Estados membros, foi lançada a primeira versão da Carta de Leipzig, nome dado ao documento pela cidade onde se deu o acordo.

O principal objetivo da Carta é o de promover o desenvolvimento integrado e sustentável das cidades europeias por meio da indução das políticas urbanas adotadas pelos Estados membros, visando garantir a coesão territorial na UE. Além dos princípios e diretrizes propostos, também foram colocados um conjunto de medidas e a adoção de instrumentos financeiros no âmbito da UE para alcançar o objetivo de tornar as cidades mais sustentáveis, via integração do desenvolvimento urbano nas diferentes escalas de poder territorial.

Outra característica importante da Carta foi incentivar a participação de todos atores envolvidos na agenda de coesão: além dos atores políticos, foram chamados à ação conjunta os agentes econômicos e a sociedade civil.


Revisão da Carta de Leipzig

Em 2020, novamente na Alemanha, durante a presidência rotativa do Conselho da UE, foi proposta uma revisão e relançamento da Carta de Leipzig em face ao contexto político, social, econômico e ambiental da atualidade, cuja dinâmica evoluiu e impôs novos desafios que precisavam ser incorporados ao documento.

Cabe salientar que, no âmbito da UE, novos acordos impõem novas diretrizes que passam a ser incorporadas nas políticas comunitárias. Um dos principais acordos é o Pacto Ecológico Europeu, apresentado ainda em 2019, que está baseado na adoção da Economia Circular limpa e no compromisso de zerar as emissões de gases de efeito estufa até 2050.

No âmbito mundial, há de se considerar também o papel do Acordo de Paris sobre o Clima e a Agenda 2030 das Nações Unidas no estabelecimento de importantes marcos de referência para a sustentabilidade urbana.

Tornar as cidades mais resilientes e adaptáveis a um cenário de alterações bruscas, como foi a pandemia de Covid-19, fez com que a adaptação da Carta se tornasse ainda mais necessária. A Nova Carta de Leipzig vem então construir o compromisso político na adoção das medidas necessárias para atingir seus objetivos.

Fonte: https://urbact.eu/bright-mobility-management. Acesso em 8-5-2021

Nova Carta de Leipzig sobre as Cidades Europeias Sustentáveis

Um dos principais pontos da Nova Carta de Leipzig (NCL) é a ideia de que as políticas urbanas devem proporcionar o bem comum. As cidades possuem, assim, um poder transformativo, que deve ser capaz de responder aos desafios sociais, ambientais e económicas. Os seus 4 pilares são: participação, sustentabilidade, integração e desenvolvimento territorial balanceado.

São destacadas na NCL três formas que as cidades devem explorar para melhorar a qualidade de vida e garantir o bem comum: uma cidade mais justa – oportunidades iguais e justiça para todos, sob o lema do “ninguém será deixado para trás”; uma cidade mais verde – pela ampliação dos espaços verdes e adoção de demais medidas para mitigar os efeitos das alterações climáticas; e uma cidade mais produtiva – um desenvolvimento urbano sustentável somente será possível com a criação de empregos e com uma base de financiamento sólida

Como viabilizar então cidades justas, verdes e produtivas? Por meio de uma boa governança pautada por:
– políticas urbanas para o bem comum
– abordagem integrada
– participação e cocriação
– governação multinível
– abordagem de base local

A plataforma Urbact, do programa de Cooperação Territorial Europeu, possui uma seção dedicada à NCL, com informações mais detalhadas sobre seus princípios e diretrizes e a exibição de boas práticas já adotadas por algumas cidades europeias. Vale destacar também o “Urbact Toolbox“, outra seção dedicada à fornecer ferramentas para capacitar na intervenção nos diferentes estágios do ciclo de planejamento e gestão públicos em matéria de desenvolvimento urbano.


Assine nossa mala direta e fique por dentro das novidades.

Recuperação Global Verde por meio das Cidades

Muda o ano mas permanecem os desafios. A pandemia está (infelizmente) longe de acabar, e é urgente a necessidade de por em prática soluções para superar os problemas de saúde, em primeiro lugar, e os econômicos. Enquanto a vacinação avança para conter o coronavírus, thinks tanks e organizações como a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) apresentam propostas para se pensar os caminhos da recuperação, como a Recuperação Global Verde.

Lançado pela Coalition for Urban Transitions, o “The Economic Case for Greening the Global Recovery Through Cities” (*arquivo PDF em inglês) apresenta sete prioridades que os governos nacionais deveriam considerar para uma recuperação global de cariz sustentável, com as cidades exercendo um papel central no processo, tendo em conta que, apesar da pandemia, as mudanças climáticas continuam sendo o principal desafio do século XXI.

Para os autores do documento, os governos deveriam investir prioritariamente em

  1. construção verde e retrofits
  2. mobilidade limpa
  3. energias renováveis
  4. transporte ativo
  5. soluções baseadas na Natureza
  6. resíduos e recursos / economia circular
  7. pesquisa e desenvolvimento de tecnologias limpas

Para cada item citado, os autores indicam o potencial de:

  • investimento
  • redução de emissões dos gases de efeito estufa
  • rapidamente dar suporte a uma recuperação econômica no curto prazo

Por fim, o documento sugere, além das sete recomendações setoriais acima mencionadas, três reformas de políticas públicas transversais para aumentar o impacto e efetividade dos investimentos governamentais:

  • reforma fiscal – retirando subsídios para combustíveis fósseis e incentivando infraestrutura e serviços de baixo carbono e resilientes.
  • reforma da governança – por meio de uma estratégia nacional de desenvolvimento social e econômico das cidades.
  • reforma financeira – para garantir as receitas que suportarão uma infraestrutura urbana sustentável, via reforma dos sistemas de financiamento municipal.

O relatório é redigido de forma simples e acessível, com embasamento em dados e conhecimentos consolidados em políticas públicas a nível global. Vale destacar o papel principal que os autores conferem aos governos nacionais para uma recuperação que se deseja ser verde, resiliente e inclusiva.

Conheça mais sobre o trabalho da Coalition for Urban Transitions, uma associação de organizações intergovernamentais, centros de investigação, redes de cidades, ONG e empresas.

Cadastre-se para acompanhar as novidades do blog sobre estudos urbanos.